É muito comum ficarmos ansiosos diante dos acontecimentos. Principalmente quando não sabemos como as coisas vão se dar, quais serão os resultados. Não demora a aparecer uma pedra bastante grande em nosso caminho: o medo. O medo é um inimigo terrível na vida do cristão. Ainda que consigamos afastar a ansiedade e o imediatismo, o demônio do medo pode nos assaltar, pondo em risco nossa fé. E do medo para o desânimo, para o derrotismo, é um pulinho.
Não são poucos os motivos para o homem sentir medo: guerras, fome, doenças, miséria, violência, desemprego, falência, a tão temida morte, isso só para falar dos perigos reais. Mas também criamos para nós mesmos outros tantos “perigos” que desencadeiam em nós o medo: o receio de não ser aceito socialmente, a mania de perseguição, toda sorte de traumas, insegurança, apego às coisas materiais, superstições… Nossa imaginação nos tortura com medos justificados e injustificados.
O medo na educação dos filhos
O medo pode ter raízes psicológicas profundas. Desde a infância, somos “educados no medo”. Nossos pais, para nos corrigir ou nos impedir de fazer algo que eles não querem, dizem que, se agirmos mal, “a polícia virá nos pegar”, que “o bicho-papão vai puxar nosso dedo à noite”, que em tal lugar “tem fantasma”, que “nossa mãe vai morrer se fizermos aquilo de novo”. Às vezes, criam na criança uma imagem distorcida de Deus, uma imagem de um Deus bravo, punitivo, capaz de coisas terríveis por causa de uma simples desobediência infantil.
Sejamos sinceros e francos com nossas crianças. Falemos sempre a verdade para elas, ainda que, para isso, tenhamos que usar exemplos e imagens do universo delas. Eduquemos na responsabilidade, na coragem, na consciência, na confiança em Deus. O amor é a única marca que devemos deixar no espírito de nossas crianças.
E se somos criados como crianças medrosas, nos comportamos assim também em relação às promessas do Pai, apesar de termos em nosso coração a marca de seu amor. Agimos como o garotinho que chora no escuro porque não percebe que tudo está bem, basta que ele acredite. Quando a mãe chega ao quarto e acende a luz, o menino fica em paz, porque vê, de fato, que nada havia para temer. Que, no escuro, a única coisa diferente era a ausência de luz.
Para termos coragem, é preciso fé no invisível
Nossa fé é essa luz, que nos permite enxergar em meio às trevas que o mundo insiste em criar. É essa luz que nos dá a paz. Sabemos que temos alguém zelando por nós, mesmo que não estejamos vendo um palmo à frente do nariz.
Mas basta que o quarto volte a ficar no escuro para o garoto novamente sentir medo, deixar-se levar pelas sombras projetadas na parede. Ele imediatamente esquece tudo o que havia aprendido. Esquece que, ao menor sinal de perigo, surgirá em seu auxílio um Pai e uma Mãe misericordiosos, que têm o sono leve e estão atentos a qualquer movimento que ele fizer na cama.
É assim quando a falta de fé nos abate. Quando então abandonarmos as trevas deste mundo, poderemos ver a face daquele que acendeu a luz, que esteve o tempo todo ali, ao nosso lado, mas de cuja presença duvidamos apenas porque éramos incapazes de ver.
Do seu amigo,
Wellington Silva Jardim
Cofundador da Comunidade Canção Nova
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